20.11.06
doubt
9.11.06
1.6.06
3.5.06
Manufacturamos Realidades

Mas assim é toda a vida; assim, pelo menos, é aquele sistema de vida particular a que no geral se chama civilização. A civilização consiste em dar a qualquer coisa um nome que lhe não compete, e depois sonhar sobre o resultado. E realmente o nome falso e o sonho verdadeiro criam uma nova realidade. O objecto torna-se realmente outro, porque o tornámos outro.
Manufacturamos realidades. A matéria-prima continua a ser a mesma, mas a forma, que a arte lhe deu, afasta-a efectivamente de continuar sendo a mesma. Uma mesa de pinho é pinho mas também é mesa. Sentamo-nos à mesa e não ao pinho. Um amor é um instinto sexual, porém não amamos com o instinto sexual, mas com a pressuposição de outro sentimento. E essa pressuposição é, com efeito, já outro sentimento.
Fernando Pessoa, in 'O Livro do Desassossego'
2.5.06
Estrela Guia
Põe-na lá
20.4.06
Adivinha 1...
Direito ou de menino,
Curvo, torto, arrebitado,
Cresce desde pequenino.
11.4.06
5.4.06
1ª vez...
Encontro-me deitado numa marquesa do posto médico de Alcântara, calças junto aos pés, cuecas também, sinto uma leve porção de algodão embebido em álcool encostar-se junto da minha nádega esquerda em movimentos basculantes, e de repente, para meu espanto, sinto um movimento de pulso contra o meu belo cú, vulgo: "palmada no rabinho!".
Fico com uma certa apreensão, não dura muito tempo é certo, mas deixa-me confuso, até que... ouço as palavras do médico presente na sala a perguntar-me:
- "Doeu?"
Agora sim, motivos de alerta aproximam-se, o ribombar de tambores não param na minha cabeça, começo com suores frios, a perplexidade percorre cada milímetro de pele do meu corpo!
Penso em tudo menos na veracidade das coisas!
Mas então desço do meu estado alucinante e vejo que tudo não passou de uma simples vacina.
Uff! Respiro de alívio...
Agradeço ao médico, e saio da sala, meio cambaleante com um ar suspeito na cara...
Foi assim, meio dramática, a minha primeira experiência de vacinas no rabinho!
23.3.06
Mau estacionamento ou Doping?!?
Metade de nós decide ir ao "Loft", e com isto cito: Diogo, Marco, Nhonhas e Tânia (que por acaso se encontrava entre nós numa das raras noites em que isso acontece)... ficando a outra "metade": Eu e o Migas dentro da viatura deste último com a companhia de todos os dias de fim-de-semana: a "Música" - sim... esta coisa magnífica que nos faz dançar!
Estavámos nós a "curti-la" no carro do Migas (Citröen Xsara) quando a 20 metros de onde nos encontrávamos estava a minha viatura (Fiat Punto) a ser rebocada na maior das calmas do mundo!
Aquando do nosso momento de amena cavaqueira e concentração na "música", reparámos nuns pirilampos laranjas que ininterruptamente giravam mesmo a 20 metros de nós. O que nos levou a pensar: "Epah! Este pessoal do lixo já tá à bué da tempo nos bolos man!".
E cagámos na cena...
Ora...
4h00 da manhã...
Qual não é o meu espanto quando ao sair da viatura do pequeno Migas vejo que no espaço em que deixei o meu bólide, existe nada mais nada menos que... ar.
FDX...
Alerta!!!
Não pode ser!!!
- "Pah! o meu carro ???"
- "Não acredito!"
Resultado: conta bancária reduzida em 90€ (50€ do reboque, 10€ por dia no parque da polícia mais 30€ de multa de mau estacionamento, que ainda falta pagar!).
Ilações a tirar:
1- não deixar o carro num sítio onde os carros e os elétricos passem à vontade mas os elétricos ENORMES que andam a fazer a verificação das linhas (que aposto que não é todos os dias) não o façam.
2- quando lampiões giram sem parar durante cerca de 2h ao pé do nosso carro... vão ver o que é. Pode ser que seja importante, quem sabe!
Sonho...
21.3.06
Aleluia 2!!!
Após várias e duras etapas... ei-la... pronta a ser utilizada!
:D
Cá vou eu, qual surfista.... navegar na "minha" internet!
3.3.06
Aleluia!!!
Acabou a tortura!
Sim, é verdade, é o termino do meu estágio na empresa Logiciel, Lda.
Ao fim de muitas horas "mortas" e de muitos lamentos, acabou... por fim, e até que enfim!
A mesma coisa...
27.2.06
Pequenas maravilhas...
20.2.06
O meu "pequeno" eu...
A lugares onde nada, mas mesmo nada, tem importância senão o caminho insinuoso que é a vida.
A tempos onde tudo parece enorme, gigantesco, novo, fresco e onde as nossas figuras paternais parecem indestrutíveis e perfeitas.
Quero retroceder... deste ponto de ida.
A irrepetíveis momentos que, por irrepetíveis serem, jamais se irão apagar da minha "tábua rasa", cheia de experiências experimentadas.
A novos paladares.
A novas fragâncias.
A novos costumes.
Aos "velhos" tempos em que tudo girava à volta do meu pequeno universo!
Ah...
Era eu e o mundo... e o mundo era meu!
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida."
17.2.06
16.2.06
Agostinho da Silva
«A História de Portugal, inteligente, documentada, válida e duradoura, diz que a Nação nasceu por; se fixou por; se defendeu com pinheirais e castelos sempre por; navegou por; entristeceu e se alegrou por; finalmente acabou por.
Aquela História de Portugal pela qual eu vou, História sentimental e fantasiosa, meio inventada talvez em muito ponto, garante-me logo de começo que a Nação nasceu para, se definiu para; casou para; navegou para; desanimou para e reagiu para e acabará para.
Eu me explico tanto quanto posso.
Nasceu para ocupar a melhor das costas, dando naturalmente para o mar, mas sobretudo para o Oceano, que permite ir a todo o lado; para aprender a bolinar; para completar o Império Romano que soberanos e legiões tinham deixado só como esboço, com uns lambiscos de Europa e una desembarcadouros de África e umas vagas idéias de Ásia; para universalizar Direito tirado pelos romanos da Filosofia grega, como engenharia baseada no Euclides; lógica de guerrear da de pensar; para, depois de ouvir Isabelinha de Aragão, projectar para o mundo inteiro o entender e adorar o Divino, de ser criança o maior dos milagres, de não se ter de ganhar a vida, o que a amesquinha, e de não haver prisões, nem as de grades, nem sobretudo, porquanto piores, as que são de dúvidas.
Têem razão os sábios, que tanto respeito, que Portugal foi por; mas insisto em pensar, sem autoridade alguma, que Portugal sempre foi, sempre é e sempre será para.
Obrigando-nos a todos nós, a que sejamos para, servindo-nos para tal do que somos por.
Vocês não acham?»
15.2.06
"Progresso contínuo do Passado"
Não existe [...] matéria mais resistente nem mais substancial (o tempo). Porque a nossa duração não é apenas um instante a seguir ao outro; se fosse, nunca haveria mais nada além do presente - nenhum prolongamento do passado na actualidade, nenhuma evolução, nenhuma duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que morde o futuro e vai inchando à medida que avança. E, como o passado cresce sem parar, não há nenhum limite à sua preservação. A memória [...] não é uma faculdade de arrumar recordações numa gaveta, ou de inscrevê-las num registo [...] Na realidade, o passado preserva-se a si mesmo, automaticamente. Provavelmente acompanha-nos na sua totalidade a cada instante [...]
14.2.06
É "mais um dia"...
É simplesmente mais um dia em que o consumismo se instalou de forma abrupta para nos fazer ficar mais parvos, estúpidos e pobres... e em alguns casos até felizes!
Tal como o "Dia do Pai", "Dia da mãe", "Dia da Criança"... etc.. e mais recentemente o "Dia da Avó", o "Dia de S. Valentim", vulgo "Dia dos Namorados" é mais um dia instaurado pela nossa sociedade de consumo para nos levar a isso mesmo, consumir.
"Dia dos Namorados"...
Não será todos os dias e sempre que os namorados o quiserem??...
Ou é simplesmente um dia que serve para lembrar as pessoas de que têm namorado/a e até para servir como base de discussão, do género:
- Esqueceste-te do Dia dos Namorados?! Não te perdoo!
Ridículo ao ponto de conseguir chatear aquilo para o qual este dia serve, quando o efeito pretendido é, não só gastar uns "tostões", exactamente o oposto!
8.2.06
6.2.06
3.2.06
Travessia
Tenho 20 anos e um mundo inteiro por conhecer...
E a vida que eu quero não passa de um sonho...
A vida que eu quero não passa de um sonho... por viver...
Agora só quero tudo o que não tenho e não consegui...
Agora só quero ver aquilo que ainda não vi...
Agora só quero viver e deixar viver em paz...
Talvez um dia te sintas como eu hoje me senti...
Passei uma vida calado, agora tenho de falar...
Por cada dia que fico parado... o mundo não pára de girar...
E cada vez que eu penso no que deixei para te agradar...
O meu coração sufoca como se fosse rebentar...
Agora só quero tudo o que não tenho e não consegui...
Agora só quero ver aquilo que ainda não vi...
Agora só quero viver e deixar viver em paz...
Talvez um dia te sintas como eu hoje me senti...
Agora só quero viver e deixar viver em paz...
2.2.06
Estou Cansado
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto -
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.
Reflexão I
31.1.06
Confuso
Baralhado,
Distante...
Emoções que partilho com a minha geração.
Confuso por não saber ainda o que quero, para que o quero, e quando o quero,
Baralhado pela teia da vida que me envolve num emaranhado de situações indescritíveis,
Distante de tudo... por vezes...
Encontro-me longe deste mundo, dou por mim envolto numa nebulosidade, numa indefinição do que é físico, não sei o que me rodeia, as sensações que transporto, se é verdade, se é mentira, a definição do tempo, sim... o tempo!
30.1.06
NEVE!!
Só o soube devido ao estridente barulho efectuado pelas minhas, não menos ruidosas, vizinhas!
"TÁ A NEVAR!! TÁ A NEVAR!!" - gemiam elas, desamparadas e sem ninguém que as calasse!
Nevou... é verdade!
Tava frio... é verdade!
Muito frio... também verdade!
Estava eu na minha casinha, embrulhado no belo do meu pijama, envolto no meu não menos famoso robe, quando ouço uma barulheira tal que resolvo ir à janela, não que eu seja como as "cuscas" das minhas vizinhas, mas simplesmente porque num domingo de inverno que se manifestava com 2ºC, ninguém tem sequer fôlego para andar à porrada na rua! "porrada na rua" -> hábito comum nos bairros típicos.
Posto isto, resolvo ir à janela da varanda, e qual não é o meu espanto quando me deparo com ligeiros flocos de neve a caírem mesmo em plena Lisboa! É a alegria!
Olho em redor, e estão os belos habitantes do bairro envoltos nos seus, não tão famosos, robes agarrados ao telemóvel a dar as boas novas a quem por lá não se encontra!
Isto das novas tecnologias veio fazer muita gente feliz...
A verdade é que se não fossem as estridentes das minhas vizinhas, nunca me iria eu ter lembrado de ir à janela num dia em que até as unhas dos pés encaracolavam, tal não era a temperatura agradável que se fazia sentir!
Queridas e ruídosas vizinhas...
O meu sincero Obrigado!
24.1.06
21.1.06
Acordar? Não obrigado!...
Não consegui acordar...
É a 1ª vez que faltei ao meu "rico" estágio de 5 meses e já lá vão 3 meses e meio...
Simplesmente não consegui...
É daqueles dias (serão todos?) que não apetece levantar da cama nem por nada!
Penso que o despertador tenha tocado... certezas não existem!
Fica a dúvida no ar...
O que é certo é que quando acordei... isto eram umas belas 11h da manhã, o despertador estava desligado.
Se calhar até tocou! Ou não! Mas se tocou, desliguei-o... talvez...
Faltei...
Não há como fugir...
Mas que bem que soube dormir!
Isto de acordar cedo para ir trabalhar não é para todos, pelo menos não me enquadro no amontoado de população que o faz! Merecendo um valente: "Chiça!!! Ca grandas malucos!!!"
Ninguém devia ser raptado do seu sono só porque tem de ser...
Ninguém...
É que tira toda a essência do "dormir", isto do dormir serve para o corpo retemperar as energias despendidas durante um longo dia, e se somos acordados quando ainda não estamos prontos para o ser... essa retemperação de energias pára em determinado ponto que não, o máximo!
Se assim o é, a cada dia que passa ficamos mais fracos e com menos capacidades, tanto físicas como psicológicas!
É um crime! Quem o faz deveria ser preso!
A minha mãe, já teria prisão perpétua!
17.1.06
Encostei-me...
E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício.
A minha vida passada misturou-se-me com a futura,
E houve no meio um ruído do salão de fumo,
Onde, aos meus ouvidos, acabara a partida de xadrez.
Ah, balouçado
Na sensação das ondas,
Ah, embalado
Na ideia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã,
De pelo menos neste momento não ter responsabilidades nenhumas,
De não ter personalidade propriamente, mas sentir-me ali,
Em cima da cadeira como um livro que a sueca ali deixasse.
Ah, afundado
Num torpor da imaginação, sem dúvida um pouco sono,
Irrequieto tão sossegadamente,
Tão análogo de repente à criança que fui outrora
Quando brincava na quinta e não sabia álgebra,
Nem as outras álgebras com x e y's de sentimento.
Ah, todo eu anseio
Por esse momento sem importância nenhuma
Na minha vida,
Ah, todo eu anseio por esse momento, como por outros análogos
Aqueles momentos em que não tive importância nenhuma,
Aqueles em que compreendi todo o vácuo da existência sem
inteligência para o compreender
E havia luar e mar e a solidão, ó Álvaro.
Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos
16.1.06
Palavras repetidas...
Suaves devaneios, verões escaldantes, viagens sem destino,
Repetirei porque repito,
Repetirei porque sim,
Repetirei...
Aguentem-se...
Para quê?
Pois, ora aí estão perguntas às quais n vejo necessidade em responder...
Confidências de uma mente perturbada? Talvez...
Retratos de uma vida passada (presente)?... do além?...
"Para quê? Para quem? Para mim, também..."